sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O melhor da F-1 2008

Como já é de praxe, depois de uma das grandes temporadas que a F-1 já viu, chegou a hora das tradicionais listinhas de fim de ano, essenciais para passar a régua no que foi visto no campeonato. E aí, concorda com as escolhas?

Besteira do ano

Começamos pela categoria mais indesejada. Hamilton, ao encher a traseira de Kimi Raikkonen em pleno pit lane no GP do Canadá, até tentou. A Ferrari, com seu mal-sucedido pirulito eletrônico nas ruas de Cingapura, se superou. Mas o dono deste troféu, indiscutivelmente, é Max Mosley, presidente da FIA, que com seu apelo nazista, conquistou uma meia-dúzia de prostitutas britânicas.

Melhor corrida

Como há algum tempo já não se via, 2008 protagonizou uma temporada repleta de corridas emocionantes na F-1 - exemplos de Austrália, Mônaco, Canadá, Itália, Bélgica, Cingapura, Japão, entre outros. Mas a que inegavelmente entrou para a história foi o GP do Brasil, onde o campeonato teve seu desfecho definido na última volta, mais precisamente na subida da Junção. Inesquecível. Inexplicável.

Melhor desempenho

Lewis Hamilton sabe se sobressair nas chamadas ‘corridas malucas’, como foi o caso dos GPs da Austrália e da Inglaterra. Felipe Massa, a partir do segundo terço do campeonato, também dominou algumas provas, a exemplo dos GPs do Bahrein, Europa e Brasil. Mas quem leva o prêmio desta categoria é o surpreendente Sebastian Vettel, com sua atuação impecável em todo o final de semana do GP da Itália, em Monza.

Melhor ultrapassagem


Hamilton sobre Raikkonen, em Spa. Menção honrosa às manobras de Massa sobre Kovalainen e Barrichello, no Canadá, e de Heidfeld sobre Alonso e Webber, na Malásia.

Acidente do ano


Felizmente, 2008 não proporcionou grandiosos acidentes, nem plástica e nem drasticamente. A colisão que poderia ter causado alguma preocupação foi a de Heikki Kovalainen, no GP da Espanha.

Herói sem glória

Apesar do talento, da dedicação e dos resultados recentes (os números provam: ele foi superior a Button em 2008, conquistando inclusive um heróico pódio para a Honda), Rubens Barrichello pode deixar a F-1 pela porta dos fundos e pendurar o capacete. Sem dúvida, é um final de carreira melancólico, o do piloto brasileiro.

Surpresa do ano


Foram muitas. Para se ter uma idéia, 14 dos 20 pilotos subiram no pódio nesta temporada, o que é um número bastante convincente. Além disso, tivemos três corredores que obtiveram a primeira vitória em 2008: Kubica, Kovalainen e Vettel. E é para este último que vai o troféu de surpresa do ano. Vencer de ponta a ponta em Monza com uma Toro Rosso aos 21 anos de idade não é das tarefas mais fáceis.

Decepção do ano

Nelsinho Piquet, com alguma disparidade. Apesar da 2ª colocação em Hockenheim e do 4º lugar em Fuji, Piquet Jr mostrou-se um tanto quanto imaturo neste campeonato, cometendo muitos erros infantis e sendo muito irregular. Precisa se motivar mais para melhorar seus resultados em 2009.

Melhor equipe

Apesar do constante problema com o aquecimento de pneus, a Ferrari perece ter tido mais carro. Entretanto, os comandados de Maranello se perderam inteiramente com relação a estratégias e alguns incidentes nos boxes. Algumas corridas foram perdidas neste quesito, como em Mônaco e em Cingapura - e isto determinou o rumo de Felipe Massa no campeonato.

Top 10: Os melhores pilotos da temporada

10) Sébastien Bourdais (Toro Rosso)
9) Jarno Trulli (Toyota)
8) Heikki Kovalainen (McLaren)
7) Nick Heidfeld (BMW)
6) Kimi Raikkonen (Ferrari)
5) Sebastian Vettel (Toro Rosso)
4) Robert Kubica (BMW)
3) Fernando Alonso (Renault)
2) Lewis Hamilton (McLaren)
1) Felipe Massa (Ferrari)

Um sonho que virou pesadelo

A coluna estava quase fechada quando surge o boato: a Honda estaria fora da F-1? Sim, e este boato foi confirmado nesta sexta-feira pelo próprio presidente da empresa, Takeo Fukui, no Japão. Para o paddock, foi um baque, uma bomba, considerado por muitos a notícia do ano.

A justificativa pela ausência na categoria, segundo Fukui, é a crise econômica mundial, que prejudicou a empresa nipônica principalmente no mercado norte-americano - foi por lá que a companhia sofreu um decréscimo de 32% no número de vendas.

Com isso, Jenson Button, Rubens Barrichello, Bruno Senna e Lucas di Grassi estão, por enquanto, desempregados. A Petrobras, que a partir de 2009 passaria a ser a fornecedora de combustível para a equipe, teve seu contrato rasgado, jogando por água abaixo um ambicioso projeto da estatal brasileira.

São mostras claras de que a crise já afetou o esporte. Mais especificamente, o automobilismo. Há quem diga que a Toyota, outra montadora, possa tomar o mesmo rumo da sua principal concorrente.

E agora? 18 carros no grid? O que vai ser da categoria? As montadoras vão mesmo deixar a F-1? Seria a volta, para felicidade do colunista, das garagistas?

Para quem encerrou 2008 tão bem, 2009 nem começou e Bernie Ecclestone terá que mexer seus pauzinhos para resolver grandes problemas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Andre, eu acho uma pena que a Honda saia da F1, mas manter o rubinho na equipe é meio complicado, já Bruno Senna pode ser uma decpção maior que a do Nelsinho...
Não sei mas acho que existem males que vem para o bem....
o Bruna não iria ter um carro competitivo em 2009 então iria sair prejudicado já no inicio, além de manchar o nome do TIO.
vamos ver o que vai ser..
e parabens pelo blog...

Anderson Ferreira
www.andersoneconomia.blogspot.com

André Casaroli disse...

Anderson, caso a Honda seguisse no campeonato em 2009, eu arrisco dizer que ela manteria a dupla deste ano - e parecia ser o mais correto mesmo. Mais uma temporada de GP2 cairia bem para o Bruno. Ele pode ter talento, mas sabemos que, como disse o Bruno Vicaria, ainda não é nenhum primor em constância. Enfim, é a minha opinião.

Abraço!