segunda-feira, 28 de julho de 2008

O miojinho virou macarrão

Não sei nem por onde começar. Vou guardar com boas lembranças o que se passou neste último domingo.

Subi no degrau mais alto do pódio com cuidado (vai que aquilo é bambo), mas esbanjando felicidade. Nunca havia passado por essa situação. Poucas vezes na minha vida tantas pessoas foram me cumprimentar, dizendo ‘parabéns’, ‘você foi muito bem’, e frases do gênero. Principalmente no kartódromo.

Embora o acontecimento em que cito no parágrafo acima seja um simples peguinha - não é nem corrida oficial - envolvendo karts de 13hp no interior do Paraná, tornei-me um dos caras mais alegres do mundo naquele momento.

A sorte começou a inclinar para o meu lado antes mesmo de começar a prova, quando tirei, no sorteio do grid, o papel da pole position. Gente pra me dar dica de quando tem que acelerar, como se dita o ritmo e coisas do tipo, não faltou.

Acabei partindo bem, principalmente pelo fato de alguns pilotos que vinham atrás de mim se embolarem logo na primeira curva. Consegui abrir bastante, tendo uma boa distância para ser administrada. Eu usava meu peso para contrabalancear o motor da maioria dos meus adversários.

Aí na 9ª volta, o ‘diretor de prova’ agitou a bandeira amarela. Era hora de diminuir o ritmo, para que todos se juntassem e começassem a se pegar novamente. Minha vantagem foi jogada por terra na relargada, quando o Aldo me passou já na curva um. Foi aí que o momento macumba começou. Na mesma volta, pobre Aldo, o líder rodou na saída do U e atravessou a pista. Por sorte, não houve nenhum acidente.

Voltei a assumir a ponta. Mas por pouco tempo. Ainda nesta derradeira volta, o Luizinho me passou no bacião, a curva que separa os homens dos meninos. Assustado, tentei fechá-lo. Em vão. Tocamos roda com roda, e eu ainda perdi a 2ª colocação pro Júlio.

Gesticulei o braço enlouquecidamente (como faço em boa parte da prova, nervoso do jeito que sou), pensando que o culpado no incidente fora o japonês. Mas aí, nessas horas, o negócio é ficar quieto e sentar a jaca. Consegui ultrapassar o Júlio na curva que antecede a reta dos boxes, numa manobra que o Marquinhos, nosso eterno mecânico, me ensinou.

Nisso o Luizinho já havia disparado. No entanto, para minha sorte (sempre ela!), o motor do kart 54 sofreu problemas e teve de abandonar. Então a liderança caiu no meu colo. Eu mal acreditava que estava a poucas voltas de cruzar a bandeirada em primeiro lugar. Fiz tanta besteira no fim da prova que até tomei uma dura dos meus mecânicos. Quase rodei sozinho em dois momentos e por pouco não me enrosquei com um retardatário.

A felicidade era imensa. O dedo em riste, ao completar a prova, indicava o triunfo. Para quem era motivo de chacota há pouco tempo atrás, tá bom demais.

A verdade é que o kart já marcou a minha vida. E isso é só o começo.

A pedidos

“André, põe lá no teu blog que hoje você tomou um coco do velho!”

“Pode deixar, Luizinho.”

Coisas do destino

O automobilismo completou, no último dia 26, 100 anos de Brasil.

Mas bem que podiam ter marcado o local da corrida em outro bairro...

Leiam no Blog do Ico e vocês vão me entender.

In loco!

A pacata Londrina já vive o clima da Fórmula Truck.

Novidades, bastidores e detalhes do evento, que será coberto por este colunista, já na próxima semana. Aguardem.

Palpites para o GP da Hungria de F-1

Vou ser rápido: Hamilton leva. Raikkonen e Massa completam o pódio.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A um passo do paraíso

Pude acompanhar às ótimas provas da GP2 Series neste final de semana, em Silverstone. A emoção das duas corridas - especialmente a de sábado - me empolgou tanto que resolvi falar um pouco de alguns pilotos deste certame que podem chegar (e bem) na F-1. Olho neles!

Giorgio Pantano - Italiano de 29 anos, Giorgio Pantano é sério candidato ao título da GP2 e vêm chamando a atenção de algumas equipes da F-1. Como Timo Glock, atual piloto da Toyoya, o competidor da Racing Engineering usa a experiência a seu favor. E com ela, sonha em voltar (já competiu pela Jordan, em 2004) ao tão sonhado campeonato de Bernie Ecclestone.

Bruno Senna - O sobrenome o ajudou a chegar até onde chegou, mas Bruno possui um talento nato. Ainda inexperiente, o sobrinho de Ayrton Senna sofre pela curta carreira no kart e se desdobra para recuperar o tempo perdido. É veloz, além de se garantir em pista molhada. Contudo, precisa ser mais constante, o que irá adquirir com o tempo. Boatos apontam BMW, Toro Rosso e Honda como prováveis destinos de Bruno.

Sebastien Buemi - Buemi é ainda muito jovem, mas já começa a desencantar. As atuações do suíço ao longo da temporada estão cada vez mais regulares. Como recompensa? A 3ª colocação no campeonato. Por ser apoiado pela Red Bull, é sabido que o piloto tem ligação com a equipe dos energéticos na F-1.

Lucas di Grassi - É um piloto técnico e frio. Costuma não se arriscar, sempre tendo em vista o campeonato no geral. O brasileiro, mesmo com o mérito de ter conquistado o vice-campeonato da GP2 em 2007, voltou à categoria neste ano (com seis etapas de atraso aos demais), e colhe excelentes resultados, despertando ainda mais a atenção da Renault.

Romain Grosjean - O francês aterrissou na categoria com toda a pompa de ser campeão da F-3 Euro e da GP2 Asia. Ainda é muito jovem, e a Renault (dona do seu passe) tem de ter muito cuidado para não queimá-lo, não só pela sua inexperiência, mas também por ser a grande esperança dos bávaros no automobilismo. Tem talento.

Álvaro Parente - Atual campeão da World Series (torneio que revelou nomes do naipe de Robert Kubica e Sebastian Vettel), Parente é a principal esperança portuguesa no esporte a motor. Venceu a etapa inicial, em Barcelona, o que lhe deu algum crédito. É um bom piloto. Só precisa ser mais focado para não cometer erros bobos.

Karun Chandhok - Assim como Buemi, o indiano também é um piloto patrocinado pela Red Bull, crédito que já começa a lhe abrir portas na F-1. Mas naturalmente a Force India é uma outra opção. Chandhok é um piloto bastante veloz, o que ficou evidente na prova de sábado em Silverstone, quando alcançou um respeitoso pódio.

Outras promessas: Pastor Maldonado, Mike Conway, Kamui Kobayashi, Luca Filippi, Adrian Vallés, Jerome D’Ambrosio, Javier Villa, Marko Asmer, Diego Nunes.

Rubens I, o Rei de Silverstone

Meu destaque do GP da Inglaterra fica para Rubens Barrichello. O brasileiro teve o mérito de escolher os pneus de chuva na hora certa, e aí foi só acelerar - coisa que ele sabe fazer muito bem com a água desabando. Barrichello alcançou um pódio histórico, um dos mais importantes de sua carreira.

Alvo de chacotas no Brasil, Rubens é muitíssimo elogiado lá fora. É fato que Barrichello tomou várias atitudes erradas em sua carreira (especialmente no extra-pista), mas isso não o torna pior. Dos brasileiros da F-1 atual, é o mais talentoso.

Obrigado

Só tenho a agradecer ao jornalista Victor Lopes e à Sercomtel, empresa de telefonia da região, pela reportagem feita com este mirim que vos escreve.

Observação: favor ignorar minha cara de pum na foto.